POLICIA FEDERAL

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domingo, 31 de outubro de 2010

Beneficios do Alho

alho, garlic
Allium sativum é a sua designação em Latim e referimo-nos ao alho comum.
Regra geral quase todos nós utilizamos os dentes de alho na nossa alimentação como tempero, a verdade é que ele tem mais propriedades agradáveis além do paladar.
Muito utilizado, desde a antiguidade, os estudos têm vindo a comprovar a sua real eficácia. Outrora as pessoas comiam ou engoliam dentes de alho, hoje já não é necessário – um dos benefícios da actualidade :lol: as cápsulas! – vieram evitar esse desconforto, mas sobretudo vieram aumentar a quantidade de óleo concentrado responsável pelos efeitos benéficos.
O Alho tem várias aplicações… e não só para afastar vampiros e criaturas dessas, mas sobretudo outros ” montros” mais reais! As bactérias, vermes, parasitas… Estes não atacam em noite de lua cheia mas também nos “sugam” :-P
As aplicações do alho regra geral são as seguintes:
Antibiótica
Anti-inflamatória
Anti-microbiana
Anti-asmática
Anti-oxidante
Anti-cancerígeno
Protector cardiovascular
As patologias ou sintomas a serem tratados pelo alho são muito vastos, mas pode-se resumir a sua eficiência em:
Distúrbios gastrointestinais, colesterol elevado, tensão arterial elevada, asma, bronquite, gripe, dores de dentes e mais recentemente os estudos comprovam a sua eficácia em cancro da mama e próstata.
O Alho deve ser consumido cru, pois após ser aquecido ou transformado, perde ou transforma as suas propriedades benéficas. No caso das cápsulas, estamos a falar de extratos prensados a frio, macerações ou ainda alho envelhecido, que tem vindo a ser provado a sua eficácia e a ultrapassar as outras apresentações devido ao aumento da concentração das substâncias activas.
A nossa recomendação vai para 500 a 1000mg de óleo Alho por dia, como efeito protector ou 1 a 2 dentes crus e frescos por dia.
O seu uso excessivo ou em dosagens elevadas pode causar má digestão e irritabilidade da mucosa gástrica. Deve ser evitado se estiver a tomar drogas sintéticas, pode haver o risco de potenciar algumas. Suspender nos casos: se já teve algum sintoma alérgico após a sua ingestão, em grávidas, lactentes e crianças até quatro anos e em pré e pós operatótio pois tem efeito anti-plaquetário.
Irina Silva


http://sounatural.com/2007/11/05/alho/

sábado, 23 de outubro de 2010

Estiagem no AM deve quebrar recorde histórico neste domingo

Faltam cinco centímetros para que nível do Rio Negro atinja marca histórica.
Trinta e oito municípios do estado já decretaram emergência.

Do G1, com informações do Jornal Nacional e da Agência Estado
Faltam cinco centímetros para que o nível do Rio Negro, no Amazonas, quebre a marca histórica de 1.963, quando chegou a 13,64 metros. Segundo Valderino Pereira da Silva, que há 31 anos mede de segunda a sexta-feira o nível do rio em um porto de Manaus, o recorde da seca campeã deve ser batido neste domingo (24).Trinta e oito municípios – dos 62 do estado – já decretaram situação de emergência por causa da estiagem. Vinte e duas mil famílias enfrentam dificuldades devido à seca.As casas flutuantes agora estão sobre o leito seco de um dos afluentes do Rio Negro. Canoeiros ficaram sem trabalho. “Dois meses e meio de trabalho parado, sem renda, sem qualquer atividade”, diz Adonis Custódio.
No encontro das águas, onde o Rio Negro se junta ao Solimões, ilhas de pedra e argila aparecem pela primeira vez.
A seca extrema também intensificou o fenômeno de desbarrancamento das margens, conhecido como “terras caídas.” “A água do rio desce muito rápido, no entanto o barranco continua com muita água. Acumula um peso muito grande e causa o desbarrancamento”, afirma Marco Oliveira.
Os barrancos só voltam a ficar seguros quando os rios começarem a encher, no fim de novembro.

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/10/estiagem-no-am-deve-quebrar-recorde-historico-neste-domingo.html 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Serra é entrevistado pelo JN

19/10/2010 20h20 - Atualizado em 19/10/2010 21h41

Serra é entrevistado pelo JN

Candidato do PSDB fechou a série de entrevistas do segundo turno.
Dilma Rousseff, do PT, foi ouvida nesta segunda-feira (18).

Do G1, em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, foi entrevistado ao vivo nesta terça-feira (19) no Jornal Nacional pelos apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes.
A candidata Dilma Rousseff (PT) foi entrevistada na segunda-feira (18). A ordem das entrevistas foi definida por sorteio.
Veja ao lado a íntegra da entrevista em vídeo. Abaixo, leia a transcrição das perguntas e respostas.
William Bonner: Boa noite, candidato.
José Serra: Boa noite, William. Boa noite, Fátima. Boa noite a quem está nos vendo e escutando.
William Bonner: Muito bem. Esta entrevista terá dez minutos com uma tolerância de um minuto e mais 30 segundos como mensagem do candidato aos seus eleitores. Essa tolerância é para evitar interrupções e para a conclusão do raciocínio do candidato, e o tempo começa a ser contado a partir de agora. Candidato, o senhor teve no primeiro turno um desempenho inferior ao que o seu colega Geraldo Alckmin conseguiu na eleição presidencial de 2006. Ele teve nove pontos percentuais a mais que o senhor obteve desta vez. A que o senhor atribui essa resposta dos eleitores a suas propostas?
José Serra: Olha, primeiro, os outros candidatos eram diferentes, inclusive não tinha uma terceira candidata, ou um terceiro candidato, tão forte quanto a Marina. E no primeiro turno, na verdade, os eleitores fazem uma aproximação pro voto, né, não é um julgamento definitivo. E de todo modo eu cheguei a ter 33 milhões de votos, a Marina 20, de maneira que isso representou a maioria da população brasileira, mostrando que na verdade o Brasil quer um segundo turno, né, porque segundo turno tem muito mais possibilidade, entre os dois mais votados, de ter conhecimento, de iluminar a cabeça e a mente para o dia da eleição.
Fátima Bernardes: Agora, esse segundo turno, ele está radicalizado. Uma mistura entre religião e política que normalmente não costuma dar certo em lugar nenhum. A sua campanha tem explorado posições do PT e da candidata do partido, por exemplo, em relação ao aborto. Essa mistura, política e religião, não deveria ser evitada?
José Serra: Olha, não fomos nós que levantamos, nem nós exploramos. Acontece o seguinte: a Dilma manifestou-se a favor do aborto. Deu uma entrevista que está, enfim, tem o vídeo. O PT no final do ano passado fez aquele programa nacional de direitos humanos que tornava transgressor, criminoso aquele que fosse contra o aborto. Então eles puseram a questão no ar.
Fátima Bernardes: Mas a sua campanha também, candidato.
José Serra: Eu sempre manifestei, eu sempre manifestei o seguinte: eu sou contra a liberação do aborto e nunca explorei isso do ponto de vista de que ela estaria errada por ser a favor do aborto. O que acontece é que ela afirmou uma coisa e depois afirmou o oposto. Nem reconhece que disse o oposto e numa campanha, esses temas, Fátima, acabam sendo postos pela própria população.
Fátima Bernardes: Mas candidato...
José Serra: Nunca me passou pela cabeça transformar isso num centro de campanha.
Fátima Bernardes: Mas candidato, sua campanha tem mostrado, falado insistentemente em Deus, tem mostrado imagens de missas, de cultos religiosos. Questões como essas do aborto, até mesmo a união civil entre homossexuais, elas não deveriam receber um tratamento de políticas públicas e não uma abordagem do ponto de vista da religião? Isso não contribui assim para um retrocesso no debate político?
José Serra: Olha, eu insisto: quem introduziu esse ingrediente na campanha foi o PT e foi a Dilma. Como eu tenho uma posição contrária ao aborto eu sempre fui perguntado, e sempre disse isso.
Fátima Bernardes: Mas é um retrocesso, o senhor considera um retrocesso?
José Serra: Todas as campanhas que eu fiz, eu sempre visitei igrejas, né, eu sou católico, mas sempre visitei igrejas, inclusive igrejas cristãs, evangélicas. Sempre falo no meu linguajar cotidiano, porque está incorporado, eu sempre digo: 'se Deus quiser'. Eu sou uma pessoa religiosa. Não há nada forçado neste sentido. E, aliás, a candidata não fez outra coisa se não passar a freqüentar igrejas, coisa que habitualmente ela não fazia. Então isso dá um tipo de aquecimento que se transforma no que você falou. Agora o que eu quero dizer é que a base disso está no fato de que uma hora ela disse uma coisa e em outra hora ela diz o oposto. Aliás, não é o único caso que isso acontece.
Wiiliam Bonner: Candidato, na sua propaganda eleitoral o senhor tem mostrado obras grandes que realizou como governador em São Paulo: Rodoanel, a ampliação da Marginal do Tietê. Essas obras foram tocadas, em parte ou totalmente, pela Dersa, que é a empresa estadual que cuida disso. Quando o senhor era governador, o diretor da Dersa era Paulo de Souza, também conhecido como Paulo Preto por alguns. Paulo Preto foi acusado de ter arrecadado ilegalmente dinheiro para a campanha do PSDB e de ter ficado com esse dinheiro pra ele. O PSDB e o senhor já negaram essa afirmação, disseram que não houve essa arrecadação. Mas o fato é que antes de os senhores negarem isso, Paulo Preto, ao jornal “Folha de S.Paulo”, disse o seguinte: "Não se abandona um líder ferido na estrada”. O que que ele quis dizer com isso?
José Serra: Olha, William, antes dessa entrevista nós já tínhamos desmentido. Não houve desvio de dinheiro na minha campanha, que seria a vítima no caso. Ou seja: não houve ninguém que tivesse doado, o dinheiro não tivesse chegado, e a pessoa tivesse feito chegar a gente de que a contribuição não tinha chegado, porque ele tinha dado e não chegou. Isso não aconteceu.
William Bonner: Mas esta frase, esta frase: "não se abandona um líder ferido na estrada".
José Serra: Esta frase...
Wiiliam Bonner: Parece ameaça.
José Serra: Não, não. Porque sempre tem, dentro de um partido, gente que gosta de um, gente que não gosta de outro, mas o fato é que não houve o essencial que é o desvio de dinheiro da minha campanha, porque eu saberia. Em todo o caso, nós seríamos a vítima. Você percebe? Quer dizer, e aí não se trata, inclusive, nem de dinheiro do governo. É um dinheiro que foi contribuição para uma campanha. Eu desmenti isso há muito tempo. E o assunto volta posto, inclusive pelo PT, porque o que eles gostam de fazer? De vir com ataques esses às vezes meio incompreensíveis para nivelar todo mundo, como se os escândalos da Casa Civil, como se os escândalos desse senhor Cardeal agora na Eletrobras, como se tudo isso pudesse ser também reproduzido, o que não aconteceu do outro lado. Eu não tenho nenhum chefe da Casa Civil...
William Bonner: Sim, candidato.
José Serra: ...que ficou do meu lado que aprontou tudo que a Erenice aprontou. Braço direito da Dilma.
William Bonner: Sim, mas eu tenho de observar o seguinte: primeiro, Paulo de Souza tinha um cargo estratégico no seu governo. Era um cargo importante, de grandes obras. E teve uma filha dele, inclusive, contratada pelo senhor tanto na Prefeitura de São Paulo quanto no governo do estado em cargo de confiança. Quer dizer: essa relação sua com parentes, também de alguma maneira não configura aí um nepotismo dentro do governo?
José Serra: Veja, essa menina foi contratada, eu nem conhecia, não foi diretamente por mim, para trabalhar no cerimonial, que é, que faz recepções, que cuida de solenidades e tudo mais, entre muitas outras. Tinha um currículo, sabia dois idiomas, ou sabe dois idiomas, sempre trabalhou corretamente. Inclusive eu só vim a saber que era filho de um diretor de uma empresa muito tempo depois. Ela não está em nenhum cargo, nunca teve nenhuma acusação, nem nenhum cargo que tome decisões, faça lobby, pegue dinheiro, como no caso dos filhos da Erenice.
Fátima Bernardes: Candidato, no debate ainda no primeiro turno aqui na TV Globo, numa resposta à candidata Marina Silva, o senhor disse o seguinte: “Você e a Dilma têm muito mais coisas parecidas do que quaisquer outros candidatos aqui. Você estava no governo do mensalão, não saiu do governo, continuou lá, como ela”. Hoje, diante da necessidade de conquistar eleitores que votaram na então candidata Marina, o senhor se arrepende do que disse?
José Serra: Olha, eu quero completar como é que foi o assunto, porque a Marina estava dizendo que eu e a Dilma éramos parecidos, né? Não sei se ela acha isso no fundo da alma. Eu disse: “Não, nós não somos parecidos”. Agora, você não pode medir os outros pela sua régua. Se eu usasse a minha régua, eu poderia dizer: “Você e a Dilma têm semelhanças, porque ambas participaram de um governo do PT que tinha o mensalão e ambas não saíram do governo”. Isso não foi propriamente uma acusação. Isso foi mostrar como, se você começar a fazer comparação, você pode chegar a qualquer conclusão, né? Você pode dizer: fulano e sicrano torcem pro mesmo time, logo eu posso dizer que vocês são parecidos. Porque ela dizia que éramos parecidos por outros motivos, porque uma preocupação com obras, uma preocupação com propostas concretas, isso mais no meu caso, inclusive.
Fátima Bernardes: Mas não é uma forma muito fácil de atrair eleitores com uma declaração como essa?
José Serra: Mas eu posso te dizer o seguinte: eu gosto muito da Marina, é uma pessoa que eu admiro, e ela fez uma boa contribuição no Brasil para a democracia, ajudando a ter o segundo turno e aproximando gente que não participa habitualmente de eleição do processo eleitoral, coisa que fortalece a democracia. E agora, com muita alegria, eu estou recebendo o apoio de militantes do PV, como o Fernando Gaveira, Gabeira, o Fábio Feldmann, que foi candidato a governador em São Paulo, diretórios, parlamentares. Por quê? Porque eu tenho, na minha folha de serviços como prefeito e governador, uma ação ambiental muito avançada, inclusive fizemos a lei de mudanças climáticas do estado de São Paulo, considerada uma das três mais avançadas do mundo.
William Bonner: Candidato, com relação à economia. O senhor tem prometido aí coisas grandes, né? Salário mínimo de R$ 600, aumento de 10% para aposentados, 13º para o Bolsa-Família. Essas propostas não colocam em risco a estabilidade da economia, uma economia que todo mundo sabe que está com um crescimento de gastos públicos preocupante?
José Serra: Olha, William, eu fiz essas propostas porque eu acho que são fundamentais do ponto de vista social. Os aposentados ficam para trás, o salário mínimo ainda é pouco em relação às necessidades de consumo das pessoas e o Bolsa-Família é muito pequeno, dá menos de R$ 1.000 por ano. Então eu propus fazer o 13º do Bolsa-Família, programa que eu vou manter e afirmar, dar 10% para os aposentados, o dobro do que o governo quer, e fazer o mínimo em R$ 600. Isso tem um custo. Eu calculei aproximadamente, em números redondos, 1% do atual orçamento, 1% do orçamento previsto. Ora, é, tem subestimativa de receitas, ou seja: tem receitas, dinheiro que vai entrar para o governo no ano que vem, que está subestimado. Isso tem sido feito nos últimos anos no caso da Previdência. Tem também o efeito que as próprias medidas vão causar sobre a arrecadação, que é positivo. Mas corte de desperdícios, encolhimento de cargos de confiança, gente que não faz concurso, que está lá por apadrinhamento político. Com isso, nós vamos ser capaz de cobrir esse 1%. E, do ponto de vista do país, representa um grande salto social e uma medida de justiça, eu diria.
Fátima Bernardes: Mas candidato, se isso fosse assim possível, se a conta fosse viável do jeito que o senhor está falando, por que ela não foi feita agora? Quer dizer, por que ela não teria sido feita já? Acho que aumentar salário mínimo é o desejo de todo político.
José Serra: Sem dúvida.
Fátima Bernardes: Quer dizer, será que essa conta, esse ajuste, não é um pouco mais complicado?
José Serra: Porque eles têm outras prioridades. Por exemplo, estão desenvolvendo muitos e muitos subsídios a investimentos que provavelmente não são rentáveis, né? O governo hoje está distribuindo isso por todo canto. Muito desperdício, muito desvio de dinheiro público, Fátima.
William Bonner: Candidato.
José Serra: Muito desperdício. Nós vamos enxugar tudo isso para poder atender os mais necessitados.
William Bonner: Candidato, eu vou pedir, então, agora. Chegamos ao fim do tempo, eu vou pedir agora que o senhor se despeça dos eleitores com a sua mensagem em 30 segundos.
José Serra: Tá legal.
William Bonner: Por favor.
José Serra: Muito obrigado. Olha, eu, com a consciência tranquila, queria pedir a você, que está me vendo, o seu voto no dia 31 de outubro. Se você já vota em mim, conquista outro voto. Eu já disputei nove eleições, lutei bastante na vida. Disputei eleição, ganhei, de deputado, senador, fui ministro, eleito prefeito, eleito governador. Lutei bastante para isso e, como presidente, eu vou lutar muito para melhorar a saúde, a educação, a segurança e os problemas, e as questões sociais. Vamos juntos, de braços dados...
William Bonner: Obrigado, candidato.
José Serra: ... coração aberto, cabeça erguida, ganhar a eleição.
William Bonner: Seu tempo, candidato.
Fátima Bernardes: Muito obrigada, candidato, pela sua participação aqui pela segunda vez no Jornal Nacional.
 
José Serra: Eu que agradeço enormemente a vocês.

http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/serra-e-entrevistado-pelo-jn.html

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Estudos Avançados

Print version ISSN 0103-4014

Estud. av. vol.18 no.51 São Paulo May/Aug. 2004

doi: 10.1590/S0103-40142004000200016 

ÉTICAS E CIÊNCIAS DA VIDA

Clonagem e células-tronco


Mayana Zatz



RESUMO
APESAR do muito que se tem discutido, ainda existe muita confusão em relação aos conceitos de clonagem (reprodutiva e terapêutica) , células-tronco ( embrionárias e não embrionárias) e terapia celular bem como isso pode afetar as nossas vidas. Portanto a proposta desse artigo é o de tentar definir esses conceitos e expressar a minha posição sobre aspectos éticos não só como cientista mas também como representante de inúmeras famílias que vêem nessa nova tecnologia uma esperança futura de cura para inúmeras doenças neurodegenerativas , muitas vezes letais ou gravemente incapacitantes.

ABSTRACT
ALTHOUGH concepts such as human cloning (reproductive and therapeutic), stem cells (embryonic and non-embryonic) , and stem cell therapy and how these issues may affect our lives have been extensively discussed, there is still a lot of misunders-tanding. Therefore the aim of this article is to try to better explain these definitions and express my personal opinion on ethical aspects not only as a scientist but also as a representative of inumerous families who hope that this technology might represent in the future a treatment for many neurodegenerative disorders often lethal or severely disabling.



O que é clonagem?
A CLONAGEM É UM mecanismo comum de propagação da espécie em plantas ou bactérias. De acordo com Webber (1903) um clone é definido como uma população de moléculas, células ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à célula original e entre elas. Em humanos, os clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um óvulo fertilizado. A grande revolução da Dolly, que abriu caminho para possibilidade de clonagem humana, foi a demonstração, pela primeira vez, de que era possível clonar um mamífero, isto é, produzir uma cópia geneticamente idêntica, a partir de uma célula somática diferenciada. Para entendermos porque esta experiência foi surpreendente, precisamos recordar um pouco de embriologia.
Todos nós já fomos uma célula única, resultante da fusão de um óvulo e um espermatozóide. Esta primeira célula já tem no seu núcleo o DNA com toda a informação genética para gerar um novo ser. O DNA nas células fica extremamente condensado e organizado em cromossomos. Com exceção das nossas células sexuais, o óvulo e o espermatozóide que têm 23 cromossomos, todas as outras células do nosso corpo têm 46 cromossomos. Em cada célula, temos 22 pares que são iguais nos dois sexos, chamados autossomos e um par de cromossomos sexuais: XX no sexo feminino e XY no sexo masculino. Estas células, com 46 cromossomos, são chamadas células somáticas. Voltemos agora à nossa primeira célula resultante da fusão do óvulo e do espermatozóide. Logo após a fecundação, ela começa a se dividir: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante. Pelo menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de se desenvolver em um ser humano completo. São chamadas de totipotentes. Na fase de oito a dezesseis células, as células do embrião se diferenciam em dois grupos: um grupo de células externas que vão originar a placenta e os anexos embrionários, e uma massa de células internas que vai originar o embrião propriamente dito. Após 72 horas, este embrião, agora com cerca de cem células, é chamado de blastocisto. É nesta fase que ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina. As células internas do blastocisto vão originar as centenas de tecidos que compõem o corpo humano. São chamadas de células tronco embrionárias pluripotentes. A partir de um determinado momento, estas células somáticas - que ainda são todas iguais - começam a diferenciar-se nos vários tecidos que vão compor o organismo: sangue, fígado, músculos, cérebro, ossos etc. Os genes que controlam esta diferenciação e o processo pelo qual isto ocorre ainda são um mistério. O que sabemos é que uma vez diferenciadas, as células somáticas perdem a capacidade de originar qualquer tecido. As células descendentes de uma célula diferenciada vão manter as mesmas características daquela que as originou, isto é, células de fígado vão originar células de fígado, células musculares vão originar células musculares e assim por diante. Apesar de o número de genes e de o DNA ser igual em todas as células do nosso corpo, os genes nas células somáticas diferenciadas se expressam de maneiras diferentes em cada tecido, isto é, a expressão gênica é específica para cada tecido. Com exceção dos genes responsáveis pela manutenção do metabolismo celular (housekeeping genes) que se mantêm ativos em todas as células do organismo, só irão funcionar em cada tecido ou órgão os genes importantes para a manutenção deste. Os outros se mantêm "silenciados" ou inativos.


O processo de clonagem reprodutiva
A grande notícia da Dolly foi justamente a descoberta de que uma célula somática de mamífero, já diferenciada, poderia ser reprogramada ao estágio inicial e voltar a ser totipotente. Isto foi conseguido através da transferência do núcleo de uma célula somática da glândula mamária da ovelha que originou a Dolly para um óvulo enucleado. Surpreendentemente, este começou a comportar-se como um óvulo recém-fecundado por um espermatozóide. Isto provavelmente ocorreu porque o óvulo, quando fecundado, tem mecanismos, para nós ainda desconhecidos, para reprogramar o DNA de modo a tornar todos os seus genes novamente ativos, o que ocorre no processo normal de fertilização.
Para a obtenção de um clone, este óvulo enucleado no qual foi transferido o núcleo da célula somática foi inserido em um útero de uma outra ovelha. No caso da clonagem humana reprodutiva, a proposta seria retirar-se o núcleo de uma célula somática, que teoricamente poderia ser de qualquer tecido de uma criança ou adulto, inserir este núcleo em um óvulo e implantá-lo em um útero (que funcionaria como uma barriga de aluguel). Se este óvulo se desenvolver teremos um novo ser com as mesmas características físicas da criança ou adulto de quem foi retirada a célula somática. Seria como um gêmeo idêntico nascido posteriormente.


Já sabemos que não é um processo fácil. Dolly só nasceu depois de 276 tentativas que fracassaram. Além disso, dentre as 277 células "da mãe de Dolly" que foram inseridas em um óvulo sem núcleo, 90% não alcançaram nem o estágio de blastocisto. A tentativa posterior de clonar outros mamíferos tais como camundongos, porcos, bezerros, um cavalo e um veado também tem mostrado uma eficiência muito baixa e uma proporção muito grande de abortos e embriões malformados. Penta, a primeira bezerra brasileira clonada a partir de uma célula somática morreu adulta, em 2002, com um pouco mais de um mês. Ainda em 2002, foi anunciada a clonagem do copycat o primeiro gato de estimação clonado a partir de uma célula somática adulta. Para isto foram utilizados 188 óvulos que geraram 87 embriões e apenas um animal vivo. Na realidade, experiências recentes, com diferentes tipos de animais, têm mostrado que esta reprogramação dos genes, para o estágio embrionário, o qual originou Dolly, é extremamente difícil.
O grupo liderado por Ian Wilmut, o cientista escocês que se tornou famoso por esta experiência, afirma que praticamente todos os animais que foram clonados nos últimos anos a partir de células não embrionárias estão com problemas (Rhind, 2003). Entre os diferentes defeitos observados nos pouquíssimos animais que nasceram vivos após inúmeras tentativas, observam-se: placentas anormais, gigantismo em ovelhas e gado, defeitos cardíacos em porcos, problemas pulmonares em vacas, ovelhas e porcos, problemas imunológicos, falha na produção de leucócitos, defeitos musculares em carneiros. De acordo com Hochedlinger e Jaenisch (2003), os avanços recentes em clonagem reprodutiva permitem quatro conclusões importantes: 1) a maioria dos clones morre no início da gestação; 2) os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes, independentemente da célula doadora ou da espécie; 3) essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma; 4) a eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora. De fato, a clonagem reprodutiva a partir de células embrionárias tem mostrado uma eficiência de dez a vinte vezes maior, provavelmente porque os genes que são fundamentais no início da embriogênese estão ainda ativos no genoma da célula doadora (Hochedlinger e Jaenisch, 2003).
É interessante que, dentre todos os mamíferos que já foram clonados, a eficiência é um pouco maior em bezerros (cerca de 10% a 15%). Por outro lado, um fato intrigante é que ainda não se tem notícias de macaco ou cachorro que tenha sido clonado. Talvez seja por isso que a cientista inglesa Ann McLaren tenha afirmado que as falhas na reprogramação do núcleo somático possam se constituir em uma barreira intransponível para a clonagem humana.
Mesmo assim, pessoas como o médico italiano Antinori ou a seita dos raelianos defendem a clonagem humana, um procedimento que tem sido proibido em todos os países. De fato, um documento assinado em 2003 pelas academias de ciências de 63 países, inclusive o Brasil, pedem o banimento da clonagem reprodutiva humana. O fato é que a simples possibilidade de clonar humanos tem suscitado discussões éticas em todos os segmentos da sociedade, tais como: Por que clonar? Quem deveria ser clonado? Quem iria decidir? Quem será o pai ou a mãe do clone? O que fazer com os clones que nascerem defeituosos?
Na realidade, o maior problema ético atual é o enorme risco biológico associado à clonagem reprodutiva. No meu entender, seria a mesma coisa que discutir os prós e os contras em relação à liberação de uma medicação nova, cujos efeitos são devastadores e ainda totalmente incontroláveis.
Apesar de todos estes argumentos contra a clonagem humana reprodutiva, experiências com animais clonados têm nos ensinado muito acerca do funcionamento celular. Por outro lado, a tecnologia de transferência de núcleo para fins terapêuticos, a chamada clonagem terapêutica, poderá ser extremamente útil para obtenção de células-tronco.

A técnica de clonagem terapêutica para obtenção de células-tronco
Se em vez de inserirmos em um útero o óvulo cujo núcleo foi substituído por um de uma célula somática deixarmos que ele se divida no laboratório teremos a possibilidade de usar estas células - que na fase de blastocisto são pluripotentes - para fabricar diferentes tecidos. Isto abrirá perspectivas fantásticas para futuros tratamentos, porque hoje só se consegue cultivar em laboratório células com as mesmas características do tecido do qual foram retiradas. É importante que as pessoas entendam que, na clonagem para fins terapêuticos, serão gerados só tecidos, em laboratório, sem implantação no útero. Não se trata de clonar um feto até alguns meses dentro do útero para depois lhe retirar os órgãos como alguns acreditam. Também não há porque chamar esse óvulo de embrião após a transferência de núcleo porque ele nunca terá esse destino.


Uma pesquisa publicada na revista Sciences por um grupo de cientistas coreanos (Hwang e col., 2004) confirma a possibilidade de obter-se células-tronco pluripotentes a partir da técnica de clonagem terapêutica ou transferência de núcleos (TN). O trabalho foi feito graças a participação de dezesseis mulheres voluntárias que doaram, ao todo, 242 óvulos e células "cumulus" (células que ficam ao redor dos óvulos) para contribuir com pesquisas visando à clonagem terapêutica. As células cumulus, que já são células diferenciadas, foram transferidas para os óvulos dos quais haviam sido retirados os próprios núcleos. Dentre esses, 25% conseguiram se dividir e chegar ao estágio de blastocisto, portanto, capazes de produzir linhagens de células-tronco pluripotentes.


A clonagem terapêutica teria a vantagem de evitar rejeição se o doador fosse a própria pessoa. Seria o caso, por exemplo, de reconstituir a medula em alguém que se tornou paraplégico após um acidente ou para substituir o tecido cardíaco em uma pessoa que sofreu um infarto. Entretanto, esta técnica tem suas limitações. O doador não poderia ser a própria pessoa quando se tratasse de alguém afetado por doença genética, pois a mutação patogênica causadora da doença estaria presente em todas as células. No caso de usar-se linhagens de células-tronco embrionárias de outra pessoa, ter-se-ia também o problema da compatibilidade entre o doador e o receptor. Seria o caso, por exemplo, de alguém afetado por distrofia muscular progressiva, pois haveria necessidade de se substituir seu tecido muscular. Ele não poderia utilizar-se de suas próprias células-tronco, mas de um doador compatível que poderia, eventualmente, ser um parente próximo. Além disso, não sabemos se, no caso de células obtidas de uma pessoa idosa afetada pelo mal de Alzheimer, por exemplo, se as células clonadas teriam a mesma idade do doador ou se seriam células jovens. Uma outra questão em aberto diz respeito à reprogramação dos genes que poderiam inviabilizar o processo dependendo do tecido ou do órgão a ser substituído. Em resumo, por mais que sejamos favoráveis à clonagem terapêutica, trata-se de uma tecnologia que necessita de muita pesquisa antes de ser aplicada no tratamento clínico. Por este motivo, a grande esperança, a curto prazo, para terapia celular, vem da utilização de células-tronco de outras fontes

Terapia celular com outras fontes de células-tronco
a) Indivíduos adultos
Existem células-tronco em vários tecidos (como medula óssea, sangue, fígado) de crianças e adultos. Entretanto, a quantidade é pequena e não sabemos ainda em que tecidos são capazes de se diferenciar. Pesquisas recentes mostraram que células-tronco retiradas da medula de indivíduos com problemas cardíacos foram capazes de reconstituir o músculo do seu coração, o que abre perspectivas fantásticas de tratamento para pessoas com problemas cardíacos. Mas a maior limitação da técnica, do autotransplante é que ela não serviria para portadores de doenças genéticas. É importante lembrar que as doenças genéticas afetam 3-4% das crianças que nascem. Ou seja, mais de cinco milhões de brasileiros para uma população atual de 170 milhões de pessoas. É verdade que nem todas as doenças genéticas poderiam ser tratadas com células-tronco, mas se pensarmos somente nas doenças neuromusculares degenerativas, que afetam uma em cada mil pessoas, estamos falando de quase duzentas mil pessoas.
b) Cordão umbilical e placenta
Pesquisas recentes vêm mostrando que o sangue do cordão umbilical e da placenta são ricos em células-tronco. Entretanto, também não sabemos ainda qual é o potencial de diferenciação dessas células em diferentes tecidos. Se as pesquisas com células-tronco de cordão umbilical proporcionarem os resultados esperados, isto é, se forem realmente capazes de regenerar tecidos ou órgãos, esta será certamente uma notícia fantástica, porque não envolveria questões éticas. Teríamos que resolver então o problema de compatibilidade entre as células-tronco do cordão doador e do receptor. Para isto será necessário criar, com a maior urgência, bancos de cordão públicos, à semelhança dos bancos de sangue. Isto porque sabe-se que, quanto maior o número de amostras de cordão em um banco, maior a chance de se encontrar um compatível. Experiências recentes já demonstraram que o sangue do cordão umbilical é o melhor material para substituir a medula em casos de leucemia. Por isso, a criação de bancos de cordão é uma prioridade que já se justifica somente para o tratamento de doenças sangüíneas, mesmo antes de confirmarmos o resultado de outras pesquisas.
c) Células embrionárias
Se as células-tronco de cordão tiverem a potencialidade desejada, a alternativa será o uso de células-tronco embrionárias obtidas de embriões não utilizados que são descartados em clínicas de fertilização. Os opositores ao uso de células embrionárias para fins terapêuticos argumentam que isto poderia gerar um comércio de óvulos ou que haveria destruição de "embriões humanos" e não é ético destruir uma vida para salvar outra.

Aspectos éticos
Apesar de todos esses argumentos, o uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos, obtidas tanto pela transferência de núcleo como de embriões descartados em clínicas de fertilização, é defendido pelas inúmeras pessoas que poderão se beneficiar por esta técnica e pela maioria dos cientistas. As 63 academias de ciência do mundo que se posicionaram contra a clonagem reprodutiva defendem as pesquisas com células embrionárias para fins terapêuticos. Em relação aos que acham que a clonagem terapêutica pode abrir caminho para clonagem reprodutiva devemos lembrar que existe uma diferença intransponível entre os dois procedimentos: a implantação ou não em um útero humano. Basta proibir a implantação no útero! Se pensarmos que qualquer célula humana pode ser teoricamente clonada e gerar um novo ser, poderemos chegar ao exagero de achar que toda vez que tiramos a cutícula ou arrancamos um fio de cabelo, estamos destruindo uma vida humana em potencial. Afinal, o núcleo de uma célula da cutícula poderia ser colocada em um óvulo enucleado, inserido em um útero e gerar uma nova vida!


Por outro lado, a cultura de tecidos é uma prática comum em laboratório, apoiada por todos. A única diferença, no caso, seria o uso de óvulos (que quando não fecundados são apenas células) que permitiriam a produção de qualquer tecido no laboratório. Ou seja, em vez de poder produzir-se apenas um tipo de tecido, já especializado, o uso de óvulos permitiria fabricar qualquer tipo de tecido. O que há de anti-ético nisso?
Quanto ao comércio de óvulos, não seria a mesma coisa que ocorre hoje com transplante de órgãos? Não é mais fácil doar um óvulo do que um rim? Cada uma de nós pode se perguntar: você doaria um óvulo para ajudar alguém? Para salvar uma vida?


Em relação à destruição de "embriões humanos", novamente devemos lembrar que estamos falando de cultivar tecidos ou, futuramente, órgãos a partir de embriões que são normalmente descartados, que nunca serão inseridos em um útero. Sabemos que 90% dos embriões gerados em clínicas de fertilização e que são inseridos em um útero, nas melhores condições, não geram vida. Além disso, um trabalho recente (Mitalipova et al., 2003) mostrou que células obtidas de embriões de má qualidade, que não teriam potencial para gerar uma vida, mantêm a capacidade de gerar linhagens de células-tronco embrionárias e portanto, de gerar tecidos.Em resumo, é justo deixar morrer uma criança ou um jovem afetado por uma doença neuromuscular letal para preservar um embrião cujo destino é o lixo? Um embrião que, mesmo que fosse implantado em um útero, teria um potencial baixíssimo de gerar um indivíduo? Ao usar células-tronco embrionárias para regenerar tecidos em uma pessoa condenada por uma doença letal, não estamos, na realidade, criando vida? Isso não é comparável ao que se faz hoje em transplante quando se retiram os órgãos de uma pessoa com morte cerebral (mas que poderia permanecer em vida vegetativa)
É extremamente importante que as pessoas entendam a diferença entre clonagem humana, clonagem terapêutica e terapia celular com células-tronco embrionárias ou não. A maioria dos países da comunidade Européia, o Canadá, a Austrália, o Japão, a China, a Coréia e Israel aprovaram pesquisas com células embrionárias de embriões há pouco tempo. Essa é também a posição das academias de ciência de 63 países, inclusive o Brasil. É fundamental que a nossa legislação também aprove estas pesquisas porque elas poderão salvar inúmeras vidas!

Bibliografia
HOCHEDLINGER, K. e JAENISH, R. "Nuclear Transplantation, Embryonic Stem Cells and the Potential for Cell Therapy". N. Engl. Journal of Medicine, 349:275-212, 2003.         [ Links ]
MITALIPOVA, M.; CALHOUN, J.; SHIN, S.; WININGER, D. et al. "Human Embryonic Stem Cells Lines Derived from Discarded Embryos". Stem Cells, 21:521-526, 2003.         [ Links ]
RHIND, S. M.; TAYLOR, J. E.; DE SOUSA, P. A.; KiNg, T. U. I.; MCGARRY, M. e WILMUT, I. "Human Cloning: Can it be Made Safe?" Nature Reviews, 4:855-864, 2003.         [ Links ]
HWANG, S. W.; RYU, Y. J.; PARK, J. H.; PARK, E. S.; LEE, E. G.; KOO, J. M. et al. "Evidence of a Plurpotent Embryonic Stem Cell Line Derived from a Cloned Blastocyst". Scienceexpress, 12 fev. 2004.         [ Links ]


Texto recebido e aceito para publicação em 23 de junho de 2004.


Mayana Zatz é professora-titular de Genética Humana e Médica do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências (IB) da USP, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano do IB-USP, presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular e membro da Academia Brasileira de Ciências.
Conferência feita pela autora no Instituto de Estudos Avançados da USP no dia 19 de maio de 2004. Parte deste texto foi publicado em: Zatz, Mayana. "Clonagem e células-tronco". Cienc. Cult., jun. 2004, vol. 56, nº 3, pp. 23-27, ISSN 0009-6725.

 
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Testes com células-tronco em humanos podem começar em 2010, afirma cientista

Terapia para lesões de medula está próxima, diz brasileiro Stevens Rehen.
Na última semana, novo método para criar neurônios foi divulgado.
Iberê Thenório Do G1, em São Paulo
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Stevens Rehen é pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (Foto: Arquivo Pessoal)

Os primeiros testes com células-tronco em seres humanos estão próximos de acontecer, relata o cientista Stevens Rehen, um dos maiores especialistas do Brasil nesse assunto. Segundo o pesquisador, que trabalha na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), quem está mais próximo de testar uma terapia usando células-tronco é a empresa Geron, dos EUA, que estuda técnicas para regenerar lesões na medula espinhal.

Na semana passada, um estudo da Universidade Stanford provou que é possível converter células da pele diretamente em neurônios, sem que seja necessário transformá-las antes em células-tronco.

Em entrevista ao G1, o cientista comemorou os resultados da pesquisa, mas ressaltou que ainda são necessários testes para saber se o procedimento não gera teratomas – tumores que podem aparecer em tecidos humanos gerados com células-tronco.

O pesquisador também alertou para novos dilemas éticos que podem surgir com o avanço das descobertas na sua área. Confira, abaixo, a conversa com Stevens Rehen. Para entender melhor o assunto, veja no infográfico quais são os três métodos conhecidos para mudar a função das células e torná-las úteis no tratamento de doenças.


G1 - A empresa norte-americana Geron está tentando há algum tempo fazer testes com células-tronco em humanos para tratar lesões da medula, mas não consegue autorização. Em que área você acha que vai surgir o primeiro teste para um tratamento?

Stevens Rehen - Ainda acho que será o pessoal da Geron, mesmo. Fui lá em 2008, conversei com eles, e o trabalho é interessante. Eles estão tentando se cercar para evitar algum efeito colateral. O que fez o FDA [agência responsável pelo controle de drogas e alimentos nos EUA] segurar essas pesquisas é que alguns animais que receberam essas células apresentaram um cisto no local da injeção. Segundo eles, não tinha característica de um teratoma, mas era um cisto, e isso assusta todo mundo. O primeiro teste provavelmente será feito com paraplégicos.

G1 - É possível prever quando serão feitos os primeiros testes?

Stevens Rehen - O FDA pediu para a Geron rever os resultados e tentar explicar o motivo dos cistos. Eles estão trabalhando como loucos para isso. Eu não me surpreenderia se os testes começassem ainda neste ano. Mas como é uma área que tem muita atenção da sociedade, que tem uma visibilidade muito grande, qualquer procedimento que seja mal feito pode jogar por água abaixo um investimento de muitos anos.

G1 - Uma pesquisa recém-divulgada pela Universidade Stanford reforça a ideia de que as células embrionárias podem não ser necessárias para reprogramar a função das células. Isso traz alívio para a discussão sobre o uso de embriões?

Stevens Rehen - Talvez tenha aliviado o dilema ético na utilização de embriões, mas vão surgir outros até mais complicados. Imagine, por exemplo, se você conseguir retirar pele de uma pessoa e gerar um óvulo. Em seguida esse óvulo será fecundado, e você terá a geração de uma pessoa a partir da pele de alguém que talvez nem saiba que tenha doado aquela pele.

  • Aspas Imagine que alguém tenha tirado um pedaço de pele do Michael Jackson, e que daqui a alguns anos essa pele seja reprogramada em espermatozóides e dê origem a um filho legítimo dele."
Um exemplo um pouco mais bizarro: imagine que alguém tenha tirado um pedaço de pele do Michael Jackson antes de ele ser sepultado, e que daqui a alguns anos essa pele seja reprogramada, se transforme em espermatozóides e dê origem a um filho legítimo dele.

Mas vale a pena ratificar que as células-tronco embrionárias ainda não perderam importância. Os possíveis transplantes que estão sendo estudados ainda vão ser realizados com as células-tronco embrionárias.

G1 - Quais as vantagens que o método recentemente descoberto, de transformar células da pele diretamente em neurônios, traz para o estudo com células-tronco?

Stevens Rehen - O grande desafio para quem trabalha com célula-tronco embrionária ou célula pluripotente [que pode se transformar em outras] é que você não tem como garantir que cem por cento do que você diferenciou [transformou em outra célula] vai virar neurônio. Se sobrar um por cento daquelas células que tenha característica pluripotente, isso pode ser um perigo, porque essa célula pode se transformar em um teratoma, virar um câncer.

No caso da pesquisa de Stanford, eles sugerem que isso está mais seguro, pois é intuitivo você pensar que aquelas células não têm capacidade de virar um teratoma, pois elas estão indo direto da forma de pele para neurônio. Mas eu senti falta de um ensaio de teratoma, um teste em que você injeta essas células em um camundongo para ver se elas podem gerar tumores.

G1 - Como está o Brasil no estudo das células-tronco em relação aos outros países ?

Stevens Rehen - Temos a Rede Nacional de Terapia Celular, associada ao Ministério da Saúde, que é formada por oito grandes laboratórios nacionais e mais 52 laboratórios que estão recebendo verba do governo para trabalhar com terapia celular.

Há gente fazendo desde terapia experimental para diabetes – com seres humanos, usando células da medula óssea – até gente fazendo reprogramação celular. Também um grupo que está usando células da medula óssea para tentar tratar acidente vascular cerebral, cardiopatia, doença de Chagas. São tratamentos que serão muito mais baratos do que o disponível hoje para esses pacientes, e que poderiam ser usados no SUS. Nessas pesquisas estamos muito bem posicionados.

E há um grupo, ainda pequeno no pais, interessado em trabalhar com células-tronco embrionárias e com células de pluripotência induzida [veja infográfico]. Para isso, ainda falta massa crítica. É uma área muito nova, e a comunidade científica brasileira ainda é muito pequena em relação ao tamanho país. Nessa área, não podemos competir com os EUA, Inglaterra, Austrália, Japão e nem mesmo com a China, mas estamos bem posicionados na América Latina.

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bactéria super-resistente já matou 18 pessoas no Distrito Federal

No ano, foram registrados 108 casos em hospitais públicos e particulares.
Medidas de higiene podem evitar a transmissão da bactéria nos hospitais.


A Secretaria de Saúde do Distrito Federal registrou, de janeiro até esta quinta-feira (07), 108 casos de infecção e 18 mortes causadas pela bactéria KPC, altamente resistente a antibióticos. O órgão anunciou reforço nas medidas de controle de infecção hospitalar para tentar conter a “superbactéria”.Veja o site do DFTVPara evitar a transmissão da bactérias, profissionais da secretaria visitam os hospitais para lembrar que a higiene é a forma mais eficaz de evitar a infeccção. A secretária de Saúde, Fabíola Aguiar, disse que os hospitais possuem materiais de higiene para conter a disseminação da bactéria.
“Lavar as mãos sempre. Usar álcool em gel, com cuidado, observando todas as áreas da mão, que podem, eventualmente, ficar sujas. Usar equipamentos individuais que constituem barreiras como as luvas, máscara”, disse a secretária ao enumerar as condições para evitar o contágio.
No Distrito Federal, o maior número de pacientes com a “superbactéria” foi registrado no Hospital de Santa Maria (região administrativa a 45 km de Brasília). Segundo a Secretaria de Saúde, no ano foram registardos 58 casos e 4 mortes no hospital devido à infecção pelo micro-organismo.

Maranhão é o estado que está destruindo mais rapidamente sua floresta

Metade da Amazônia maranhense já foi derrubada.
Estado perdeu quase 1% de suas matas em um ano.
Iberê Thenório Do Globo Amazônia, em São Paulo

O Maranhão é o estado amazônico que está destruindo sua floresta com maior velocidade. Entre agosto de 2008 e julho de 2009 o estado perdeu quase 1% da mata que ainda resta no estado, revela uma análise do Globo Amazônia feita sobre os focos de desmatamento detectados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Apesar de ser um estado do Nordeste, o Maranhão já teve 59% de seu território coberto por floresta amazônica. Hoje, apenas metade dessa mata permanece em pé, principalmente dentro de reservas e terras indígenas nas proximidades da divisa com o Pará.

Foto: Landsat-Inpe/Divulgação

Imagens de satélite mostram a evolução do desmatamento em 20 anos no oeste do Maranhão, divisa com o Pará. (Fotos: Landsat-Inpe/Divulgação)

No último levantamento anual do desmatamento realizado pelo Inpe, o Maranhão foi o terceiro estado amazônico que mais desmatou. Foram 980 km² de matas derrubadas, que ficam atrás apenas da devastação do Pará e Mato Grosso.

Quando se leva em consideração o quanto cada local tem de floresta, contudo, descobre-se que o estado nordestino é o lugar onde a Amazônia é destruída com maior velocidade, já que 0,95% de duas matas foram derrubadas em 12 meses. O ritmo é maior que o dobro do registrado no Pará, que perdeu 0,42% da sua área de floresta no mesmo período.

Veja, abaixo, como foi o ritmo do desmatamento em cada unidade da federação:


Quanto de amazônia foi destruído em cada estado
Estado Floresta em ago/2008 (km²) Desmatamento 2008/2009 (km²) % da área desmatada 2008/2009
Maranhão  101.779  980  0.95%
Tocantins    10.096  56  0.55%
Pará    879.521  3.687  0.42%
Rondônia   129.277  505  0.39%
Mato Grosso    319.342  1.047  0.33%
Acre    138.379  211  0.15%
Roraima    153.194  116  0.08%
Amazonas    1.465.791  406  0.03%
Amapá   108.781  -  -


Fraudes

No último ano, o Maranhão foi palco de várias fraudes no sistema que controla as autorizações para corte de madeira. Em setembro, uma equipe de investigação descobriu que foram movimentados irregularmente 98 mil caminhões de madeira no estado. Os técnicos, liderados pelo Ibama, também descobriram indícios de fraudes em 57% das empresas que movimentam madeira por meio do sistema de controle eletrônico do estado – o Sisflora.

O problema fez com que a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) trocasse o programa, optando por usar o sistema DOF (Documento de Origem Fiscal), controlado pelo governo federal. Segundo o chefe da Sema, contudo, o novo controle também já sofreu fraudes. “Depois de dez dias que mudamos para o sistema federal, ele já foi violentado pelo crime organizado”, conta Washington Rio Branco. O secretário assumiu a pasta em abril, quando Roseana Sarney foi empossada governadora após a cassação de Jackson Lago.

Além das fraudes eletrônicas, o Ministério Público denunciou um esquema que envolve uma ex-secretária de Meio Ambiente e outros dois funcionários. Eles teriam destruído evidências de crimes ambientais.

Segundo os procuradores, funcionários invadiram o prédio da Sema, destruíram câmeras de segurança, arrombaram as portas e roubaram computadores. Uma vigilante que anotou a ação em um livro contou que recebeu R$ 1.000 para ficar quieta e sumir com o registro.

Freio na devastação

Ainda que seja o estado em que, proporcionalmente, a devastação ocorre com mais velocidade, o Maranhão tem registrado diminuição nos seus índices de desmatamento, assim como tem ocorrido com outras regiões. Segundo as estatísticas do Inpe, o estado conseguiu baixar de 1.312 km² de matas destruídas entre 2007 e 2008 para 980 km² no período seguinte – uma redução de 25%.

Se você vive ou viajou para a Amazônia e tem denúncias ou ideias para melhorar a proteção da floresta, entre em contato com o Globo Amazônia pelo e-mail globoamazonia@globo.com . Não se esqueça de colocar seu nome, e-mail, telefone e, se possível fotos ou vídeos.

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Brasil participará como observador
na missão de paz da ONU no Líbano

Ministro da Defesa explica que não se trata de envio de forças como no Haiti
Agência Brasil
    29.09.2010/Agência Brasil29.09.2010/Agência Brasil
    O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que nesta quarta (6) anunciou a participação brasileira na missão de paz da ONU no Líbano

    O Brasil terá um representante militar na Força de Paz Interina das Nações Unidas para o Líbano (Unifil), afirmou nesta quarta-feira (6) o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Segundo o ministro, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já o autorizou a negociar com o Departamento de Operações de Manutenção da Paz da ONU os termos da participação brasileira na missão.
    Jobim adiantou que, inicialmente, o envolvimento brasileiro não se dará nos moldes da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah), com a qual o país contribui com 1.137 militares. A ação será como nas outras dez missões de paz que o Brasil integra, apenas com a presença de observadores.
    - Não se trata do envio de forças. Vamos participar da missão, mas iremos iniciar com a participação de alguém ligado à Marinha.
    Apesar de os responsáveis pela missão no Líbano terem pedido também a presença de navios da Marinha brasileira, eles não serão enviados.
    - Os navios que nós temos não são suficientes sequer para atender às nossas necessidades.
    Especialistas no assunto têm apontado que a intenção do governo brasileiro seria se beneficiar de uma "imagem positiva" para alcançar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.
    Missão da Unifil no Líbano acontece desde 1978
    A Unifil foi criada em 1978 com o objetivo de permitir à ONU acompanhar a retirada das tropas israelenses do Líbano. Além disso, caberia aos boinas-azuis (como são conhecidos os soldados da organização) ajudar na restauração da paz e da segurança na região e prestar assistência ao governo libanês.
    Após a crise de julho de 2006, quando o Exército libanês e a milícia islâmica sunita Fatah se enfrentaram, deixando um saldo de dezenas de mortes, o Conselho de Segurança da ONU também delegou à missão a tarefa de supervisionar as medidas para o fim das hostilidades.


    Apple planeja censurar conteúdo sexual em sms no iPhone

    Algoritmo bloqueia mensagens inapropriadas enviadas e recebidas pelo telefone celular

    por Redação Galileu
    Uma polêmica patente solicitada em 2008 pela Apple, fabricante do iPhone, foi finalmente aprovada. Trata-se de um sistema que previne o envio de mensagens sms via iPhone com conteúdo ilícito ou obsceno.
    Na patente, a medida recebeu o nome de "controle de comunicação de texto para dispositivo de comunicação pessoal".

    Editora Globo
    A tecnologia visa proporcionar aos pais controle sobre o conteúdo das mensagens enviadas pelos filhos, garantindo que palavras e imagens consideradas pornográficas sejam deletadas ou alteradas. Uma vez que o usuário tenta fazer uso deste conteúdo, uma mensagem é enviada ao administrador do aparelho comunicando o ocorrido.
    O dispositivo é tranquilizante para muitos pais aflitos com o que seus filhos andam fazendo em posse um telefone celular. Mas os sistema também recebeu críticas por aqueles que consideram que este tipo de sistema pode afetar a privacidade das pessoas.
    http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/1,,EMI179268-17770,00.html 

    domingo, 10 de outubro de 2010

    11/10/2010 00h17 - Atualizado em 11/10/2010 01h16

    Dilma e Serra participam do primeiro debate do 2° turno

    Encontro foi promovido neste domingo (10) pela TV Bandeirantes.
    Aborto e privatizações foram alguns dos temas abordados.

    Do G1, em Brasília
    Dilma e Serra participam do primeiro debate do 2° turnoOs candidatos José Serra (PSDB) e Dilma
    Rousseff (PT) no primeiro debate do 2º turno.
    (Foto: Nelson Antoine/Foto Arena/AE )
    Os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) participaram na noite deste domingo (10), em São Paulo, do primeiro debate deste segundo turno das eleições. O encontro foi promovido pela TV Bandeirantes.
    O debate foi dividido em cinco blocos. No primeiro, os candidatos responderam a uma pergunta feita pelo mediador sobre qual tema era considerado o mais importante em seu programa de governo. Na sequência, os candidatos fizeram perguntas entre si. Quem perguntava tinha direito a réplica e o que respondia pode usar a tréplica. Nos segundo, terceiro e quarto blocos, os candidatos fizeram perguntas entre si seguindo as mesmas regras do final do primeiro bloco. No último bloco, os presidenciáveis tiveram três minutos cada para suas considerações finais.
    O encontro, que durou cerca de duas horas, abordou os seguintes temas: educação, distribuição de renda, descriminalização do aborto, denúncias de corrupção, segurança pública, situação econômica das santas-casas, tratamento de dependentes químicos, capitalização da Petrobras, exploração do pré-sal, privatizações, medicamentos genéricos, infraestrutura de portos e aeroportos, programas sociais e o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
    Ainda no primeiro bloco, o clima de confronto aberto entre os candidatos tomou conta. Dilma fez a primeira pergunta a Serra acusando o tucano e seus aliados de fazer uma campanha “do submundo da política”. O tucano respondeu que Dilma estava se vitimizando. Ele afirmou que a população cobra coerência e que por isso as declarações anteriores da petista a favor da descriminalização do aborto precisavam ser conhecidas. “Trata-se de ser coerente, de não ter duas caras”.
    A petista fez sua réplica no mesmo tom. Ela afirmou que o adversário tinha de ter cuidado para não ter “mil caras”. Dilma disse que Serra fez a regulamentação dos casos em que o aborto é permitido quando era ministro da saúde. O tucano, em sua tréplica, afirmou que ele apenas editou uma norma técnica para disciplinar a realização de abortos nos casos de estupro e de risco de vida para a mãe, que já estão previstos na legislação desde 1940. O tema aborto foi retomado ainda pelos candidatos em outros momentos do debate.
    As discussões sobre privatizações foram assunto em boa parte do encontro dos presidenciáveis. Dilma perguntou primeiro ao adversário sobre a recente capitalização da Petrobras e o aumento da participação da União na empresa. O tucano respondeu atacando ao afirmar que no governo Lula foram vendidas ações do Banco do Brasil reduzindo o capital nacional no banco.
    Dilma foi mais direta na sequência e citou declarações atribuídas a aliados de Serra defendendo a “privatização” da exploração do petróleo da camada pré-sal. Ela afirmou que tinha dúvidas se não haveria intenção também de privatizar a Petrobras.
    O tucano afirmou que tem coerência e que não vai “pela cabeça dos outros”. Serra destacou uma entrevista antiga do atual presidente do PT, José Eduardo Dutra, na qual ele elogia a lei do Petróleo, aprovada no governo Fernando Henrique, que acabou com o monopólio da Petrobras.
    Serra atacou também ao valorizar as privatizações feitas na área de telefonia. “Se fosse pelo PT, o Brasil seria o país do orelhão”, afirmou o tucano. Dilma rebateu e afirmou que seu país é o da banda larga, em referência ao Plano Nacional de Banda Larga.
    Outro tema bastante explorado foi segurança pública. Serra puxou o tema defendendo que um ministério específico poderá ajudar a resolver os problemas nesta área. O tucano destacou a queda na taxa de homicídios em São Paulo e destacou a necessidade de se reforçar o policiamento nas fronteiras. Dilma afirmou que o governo federal já firmou parcerias com os governos estaduais para melhorar o policiamento nas fronteiras e destacou os veículos aéreos não tripulados (Vants) como reforço nessa área.
    No último bloco, Dilma foi a primeira a realizar suas considerações finais. Ela reclamou de ataques que vem recebendo na campanha, afirmou que existe uma disputa entre dois projetos, um ligado ao governo Fernando Henrique Cardoso e outro ao governo Lula, e pediu o voto dos eleitores. “Quero pedir, de forma humilde, o seu apoio e o seu voto, e dizer que vocês podem contar comigo porque eu estou preparada para ser Presidente da República”.
    Serra encerrou sua participação contando um pouco de sua história de vida. O tucano destacou também a necessidade de se construir uma economia forte para se conseguir um crescimento sustentado. Serra afirmou que vai fortalecer os programas sociais e também pediu votos. “Quero pedir o seu voto, e se você já vota em mim, eu queria pedir uma coisa adicional, consiga mais um voto. Vamos juntos nessa batalha”.
    Link:
    http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/dilma-e-serra-participam-do-primeiro-debate-do-2-turno.html

    sexta-feira, 8 de outubro de 2010

    Bactéria super-resistente KPC já matou 18 pessoas no Distrito Federal

    Bactéria super-resistente KPC já matou 18 pessoas no Distrito Federal

    Dez hospitais públicos e particulares têm 108 casos de pacientes infectados pela bactéria hospitalar, conhecida como KPC (Klebsiella pneumoniae CARBAPENEMASE). Apenas três antibióticos têm ação contra a superbactéria.
    Medidas de higiene podem evitar a transmissão da bactéria nos hospitais.

     “Não utilizar as precauções padrão como luvas de procedimento e jaleco gera a possibilidade de espalhar agentes produtores de KPC ou pior, somente seus mecanismos de resistência. Os mecanismos de resistência estão em fragmentos de DNA circular e podem ser trocados com as bactérias ubíquas da sua pele. Carbapenemase é uma enzima descoberta pela primeira vez na Klebsiella pneumoniae, dai o nome KPC. No entanto, é produzida por outros organismos como Serratia spp., Enterobacter spp., E.coli e Salmonella enterica. 
    A produção dessa enzima, CARBAPENEMASE, confere resistência a todas penicilinas, cefalosporinas (cefepime, ceftriaxona, … ), carbapenêmicos (meropenem, ertapenem, … ) e aztreonam. São geralmente susceptíveis a tigeciclina e colistina.”
    Texto em azul é de responsabilidade do autor: Benício Leão

    Intravenous Journal: Calfee, D.P. (2010) Klebsiella pneumoniae Carbapenemase-Producing Enterobacteriaceae. Journal of Infusion Nursing. 33(3), p.150-154.
    A Secretaria de Saúde do Distrito Federal registrou, de janeiro até esta quinta-feira (07), 108 casos de infecção e 18 mortes causadas pela bactéria KPC, altamente resistente a antibióticos. O órgão anunciou reforço nas medidas de controle de infecção hospitalar para tentar conter a “superbactéria”.
    Para evitar a transmissão da bactérias, profissionais da secretaria visitam os hospitais para lembrar que a higiene é a forma mais eficaz de evitar a infeccção. A secretária de Saúde, Fabíola Aguiar, disse que os hospitais possuem materiais de higiene para conter a disseminação da bactéria.
    “Lavar as mãos sempre. Usar álcool em gel, com cuidado, observando todas as áreas da mão, que podem, eventualmente, ficar sujas. Usar equipamentos individuais que constituem barreiras como as luvas, máscara”, disse a secretária ao enumerar as condições para evitar o contágio.
    No Distrito Federal, o maior número de pacientes com a “superbactéria” foi registrado no Hospital de Santa Maria (região administrativa a 45 km de Brasília). Segundo a Secretaria de Saúde, no ano foram registardos 58 casos e 4 mortes no hospital devido à infecção pelo micro-organismo.


    This scanning electron micrograph (SEM) reveals some of the ultrastructural morphologic features of Klebsiella pneumoniae. Courtesy of CDC/Janice Carr.
    Fontes:
    http://emedicine.medscape.com/article/219907-overview
    http://www.medscape.com/viewarticle/587949_3
    http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/10/bacteria-super-resistente-ja-matou-18-pessoas-no-distrito-federal.html
    http://odia.terra.com.br/portal/brasil/html/2010/10/bacteria_super_resistente_matou_18_pacientes_no_distrito_federal_115570.html
    http://dftv.globo.com/Jornalismo/DFTV/0,,MUL1623179-10040,00-SUPERBACTERIA+JA+MATOU+PACIENTES+DA+REDE+HOSPITALAR.html
     Crítica: O Álcool é um agente bacteriostático, ou seja, inibe a proliferação bacteriana enquanto estiver sobre a superfície da pele, após evaporar, não há mais esse efeito. A limpeza das mãos deve ser recomendada unicamente através da lavagem completa das mãos, o álcool gel serve somente para emergências.
    Se você quer saber mais sobre as bactérias chamadas KPC, qual o risco de adquirir, oque é carbapenemase, mecanismos de resistência, clique aqui e veja informações publicadas desde 2008 pelo Hospital de Epidemiologia e Controle de Infecções “The Johns Hopkins Hospital”. 
     http://jalecovida.wordpress.com/2010/10/08/bacteria-super-resistente-kpc-ja-matou-18-pessoas-no-distrito-federal/ 


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